Centauro



Também presente na Mitologia Grega, a origem do nome Centauro vem do grego Κένταυρος Kentauros, que quer dizer "matador de touros". Essas criaturas são fortes e brutais, com corpo de cavalo, torso e cabeça de humano, eram a personificação das forças naturais desenfreadas, da devassidão e embriaguez. Descendem de Ixion, rei dos Lápitas, povo que vivia próximo aos montes Pélio e Ossa, na Tessália,e de Nefele, deusa das nuvens. Ixion foi o primeiro mortal a matar um membro de sua própria família. Antes de se casar, Ixion prometeu presentes ao pai da noiva, e logo após o casamento, o traíra o jogou em um fosso repleto de brasas. Apesar de este e outros crimes, Zeus o perdoou e o recebeu na morada dos deuses, grande erro talvez, pois Ixion acabou por tentar seduzir sua esposa e rainha dos deuses, Hera. Zeus percebendo sua ingratidão, moldou em uma nuvem a Deusa, e assistiu divertidamente o ingrato cortejar a nuvem. Achando ter realmente seduzido Hera, Ixion, o garanhão, começou a gabar-se, o que definitivamente esgotou com a paciência de Zeus, que acabou por prendê-lo em um círculo de fogo e o lançou em Hades, o inferno mitológico, onde ele deverá ficar por toda a eternidade. Bem feito, quem mandou ele desafiar o Deus dos deuses?



No entanto, dessa união entre a Deusa nuvem (Nefele)e Ixion, nasceu uma criatura metade homem e metade cavalo, o Centauro, progenitor das raças descendentes. Os mais importantes deles foram Quílion e Folo, Quilion era filho de Cronos(Saturno) com Filira, filha do oceano; e Folo de Sileno e da ninfa Melos, ambos eram diferentes dos demais que se caracterizavam pela violência e hostilidade, talvez isso se deva ao fato de não serem descendentes de Ixion.

Quilion era humano e justo, quando adulto refugiou-se nas montanhas e florestas, na companhia da Deusa Diana e suas caçadas, através dela aprendeu astronomia, medicina, cirurgia e botânica. Quílion ensinou muitos Heróis, dentre eles Aquiles, de quem era avô materno. Após sua morte, Quírion foi recebido entre os deuses e colocado na constelação de Sagitário.




Conta-se que Folo, abrigou Erimanto em sua casa, quando este iniciava sua jornada pelas montanhas na tentativa de capturar um javali muito feroz. Feliz com a presença do guerreiro, o Centauro abriu um Odre de vinho em sua homenagem. Os centauros vizinhos, e "bebuns", ao sentirem o cheiro da bebida, e invadiram sua casa armados de pedras e galhos de árvores, e Hércules matou a todos, mas não pode impedir a morte de seu amigo Folo, que feriu-se com a ponta de uma flecha embebida de Hidra.


A história mais significativa sobre os centauros, foi a da batalha contra os Lápitas, onde o principal objetivo era o de raptar Hipodamia, que comemorava bodas com Pirito, Rei dos Lápitas, e filho de Ixion. Embriagados, os centauros além de tentarem raptar Hipodamia, tentaram levar também as convidadas, o que resultou num verdadeiro "camaçal", ou seja, eles foram trucidados. Isso porque eles não contavam com a astúcia de Teseu(aquele que matou o minotauro),que também estava na festa dos lápitas, e que os ajudou a derrotá-los. Essa luta também é denominada centauromaquia, e é muito representada na arte, enfeitando palácios e templos gregos.

Entretanto, sobrou um centauro desse massacre pra contar história! Sim, e ele se chamava Nesso, mas ao que parece esse energúmeno não aprendeu nada com esta luta. Ele fugiu para Etólia, e se estabeleceu como balseiro às margens do rio Eveno. Certo dia, Héracles passou com sua noiva Djanira, e Nesso a levou nos ombros através do rio. Mas o infeliz não se contentando, tentou violentá-la, e quando Héracles ouviu a noiva gritando, não pensou duas vezes, mandou uma chuva de flechas e matou Nesso. Ainda antes de morrer, pediu a Djanira que guardasse um pouco de seu sangue envenenado para que ela usasse para encantá-lo, caso Héracles viesse a abandoná-la, e a safadeza dos dois acabou matando o pobre Herói.

Em alguns contos, há diferentes denominaçôes para esta espécie. Os centauros, são chamados de
Hipocentauros, para diferenciá-los dos Onocentauros, que tem corpo de Asno,ou dos Bucentauros, com corpo de boi. Estes se encontram nos bestiários medievais, e em contos mais modernos da literatura.


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Sandro Botticelli, Minerva e o Centauro



Quírion (à direita) e seu filho



Quírion e Aquíles





Troll



Muito mais do que personagem de livros, RPGs e filmes, os Trolls fazem parte do folclore escandinavo, mas também são conhecidos na Noruega e Islandia.
Assim como outros seres mitológicos, o nome Troll não possui apenas um significado. Originalmente poderia ter significado "sobrenatural" ou "magia", ou também como alguem maligno ou violento. Sua forma também varia desde gigantes horrendos, a seres pequenos como os Goblins. Segundo as lendas, existem diferentes espécies, como o Troll da montanha (Bergtroll), que vive embaixo da terra e se parece com os humanos, o Troll de vento(Ysäters-Kajsa), que pode ficar invisível e viajar sobre o vento.
Os Troll maiores ou gigantes, quase sempre tem aspecto solitário e agressivo. Acredita-se que os Troll menores sejam mais sociáveis, vivam juntos nos bosques, cozinhem, e até criem animais. Em seu aspecto malvado, podiam ser vingativos, roubar comida de camponeses, e até mesmo raptá-los.
Na Noruega, os Trolls também fazem parte dos contos de fada. O Troll noruegues, é grande, pesado e escuro. É conhecido como Troll do Bosque, ou Troll de três cabeças, e pode trocar de forma para pequenos homens selvagens. Em outras partes do país, são chamados de Ladrões noturnos ou Predadores da noite, pelo fato de saírem somente à noite para entrar nas casas enquanto as pessoas dormem. Podem viver em grutas ou em túmulos, onde guardam seus tesouros. São vistos como grandes inimigos dos seres humanos, podendo sequestrar crianças e roubar viajantes. Quase indestrutíveis, devido a pele dura e seu tamanho, os Trolls só perdiam para o sol, pois caso fossem capturados expostos à ele, se transformavam em pedra.
Na Islândia, acredita-se que antes do surgimento do homem, a terra era habitada por diversos seres, como Trolls, Anões, Goblins, etc. Os Trolls islandeses são feios, grandes e maliciosos, mais altos que os humanos mais altos, e suas esposas são malvadas. Os vickings foram os primeiros a terem contato com os Trolls e a conviver com eles, hoje em dia, ainda faz parte da tradição colocar uma Tigela de Aveia no bosque, na noite de natal.
Os contos de fadas sobre Trolls começaram a ser escritos entre os séculos XIX e XX, sendo lançados em coleções como "TOMTAR OCH TROLL". A partir desses relatos, e das ilustrações desses livros, foram se formando a imagem, e aspectos comuns que temos hoje sobre os Trolls, que geralmente aparecem como criaturas horríveis, com aspecto de Ogro, de vários tamanhos, e desprovidos de inteligência.
Podemos evidenciar isso nos livros da Série Harry Potter, por exemplo, onde os Trolls são gigantes e violentos, atacando e matando tudo e todos que cruzem seu caminho.
Já na Terra média, de J.R.R.Tolkien, os Trolls aparecem como criaturas grandes(3 metros), muito fortes e com pouca inteligencia. Além disso, Tolkien os dividiu em variados tipos, como Trolls da montanha, das neves, da colina, e de Pedra. Em o Senhor dos Anéis, existe uma variação do Troll, os Olog-hai, que são capazes de se mover embaixo do sol.
No site Dúvendor, você pode ler e entender mais sobre os Trolls Olog-hai.

Há vários filmes em que aparecem Trolls, um exemplo é o filme "Troll" de 1986, de John Carl Buechler. O curioso é que um dos personagens principais, chama-se Harry Potter Jr., e isso dez anos antes de J.K Rowling lançar seu primeiro livro da série. Não tive a oportunidade de ver o filme, mesmo porque é bastante antigo e difícil de se achar, mas em artigos que li pesquisando na web, o filme parece um misto de bizarrice e comédia. Confesso que senti vontade de assistir pelo fato do nome do personagem, isso realmente ficou estranho. Neste artigo de Gabriel Paixão, há mais informações sobre o filme.



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Minotauro




Meio Homem, meio Touro, esta criatura pertence à Mitologia Grega, e leva esse nome por se tratar da forma grega para Touro de Minos.A lenda conta que antes de ser coroado rei, Minos pediu a seu pai, o Deus dos mares Poseidon, que garantisse a ele a coroa, e não a seu irmão. Poseidon aceitou o pedido, no entanto, Minos teria que sacrificar em sua homenagem, um belo Touro branco que sairia do mar. Ao receber o Touro, Minos ficou tão maravilhado pelo esplendor de sua beleza, que decidiu sacrificar outro animal em seu lugar, esperando que Poseidon não notasse a diferença. Porém ao perceber sua atitude, ele resolveu castigá-lo demonstrando sua ira, fazendo com que sua esposa, Pasífae se apaixonasse pelo Touro. Ela por fim, acabou engravidando do animal, e assim nasceu o Minotauro. Perdido e desesperado, Minos pediu a Dédalos que construísse um labirinto para aprisionar a criatura, pois não tinha coragem de sacrificá-lo. Então Dédalos construiu o labirinto no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, em Creta.
Anos mais tarde, Minos conquistou Atena em uma guerra, e perdeu um de seus filhos.
Atena por sua vez, decidiu se vingar, ordenando que todos os anos fossem enviados sete moças, e sete rapazes atenienses para o labirinto.
Passados três anos de sacrifício, um homem chamado Teseu se ofereceu voluntariamente para matar o Minotauro. Ariadne, filha de Minos, se apaixonou por ele assim que ele chegou a Creta, e resolveu ajudá-lo, entregando-lhe uma espada mágica e também um novelo de lã, para que ele pudesse marcar o caminho de volta.
Teseu adentrou o labirinto cautelosamente, e matou o Minotauro enquanto ele adormecia, ajudando os jovens que haviam sobrevivido a escapar, seguindo o caminho feito com a linha.











Você também pode baixar essa adaptação do Minotauro para o cinema:






Tamanho: 270Mb


Áudio: Português


Legenda: Não Disponível


Formato: RMVB


Gênero: Ação

Link: Megaupload



Imagens:





Ariadne e o Minotauro




Teseu



Minotauro

Unicórnios


Continuando com as histórias dos seres mitológicos, é uma satisfação falar de um dos mais belos, o Unicórnio.
Normalmente, esses animais aparecem como a figura de um cavalo branco, com um único chifre, ou corno, no formato espiral, patas de gazela, rabo de leão e barbas de bode. A palavra tem origem no latim, Unus, que significa um Corno, que quer dizer chifre. Há diversas histórias e associações à imagem do unicórnio.

Diz a lenda que ele, assim como o dragão, surgiu de uma nuvem:


"O primeiro unicórnio chegou embrulhado em uma nuvem, impelida por um vórtice branco. Desceu com suavidade dos céus aos campos infantis da Terra. Dotado de um chifre de luz em espiral. Com seu chifre penetrou uma pedra, e uma fonte de vida brotou. A Terra começou a ser fecundada com coisas frutíferas. Grandes árvores floresceram; e abaixo em suas sombras foram povoadas com bestas selvagens. Tudo isso era intenção de Deus, e o Unicórnio, o instrumento de seu querer. Deste modo se forma o Jardim do Unicórnio, é chamado Shamagim que quer dizer Lugar onde há Água. Deus fala ao Unicórnio então: " Unicórnio! Você será, entre todas minhas criações, a que em memória permanente da Luz, será seu guia e guardião. Mas você nunca devolverá a Luz até o final do Tempo".



Símbolo de pureza e força, conta-se, que só podia ser atraído e tocado, por mulheres virgens.
No entanto, esses seres, como tantos outros, não possuem apenas um significado, podendo ser encontrado desde a narrativa dos imperadores chineses, em obras helenísticas, e até na bíblia([Salmo 22:21], [Salmo 29:6] e [Salmo 92:10]).
As lendas dizem que seu tempo de vida na terra é maior do que o do homem, que é possível matá-lo, porém, impossível capturá-lo. Dizem ainda, que pode lutar contra elefantes, perfurando-lhes com seu único chifre, e de purificar águas envenenadas.
Muitos poderes eram atribuídos ao seu chifre. Na Idade Média, o mesmo constava na lista de remédios, acreditando-se no grande poder de cura contra envenenamentos. Há também os que o tinham como talismã de poder soberano, força e virtude.
Desde a infância, podemos ver a imagem do unicórnio em muitos dos contos de fada, filmes e desenhos. Particularmente, tenho verdadeiro fascínio pela beleza desse animal, e também pela pureza que ele transmite. Um dos exemplares dos quais me lembro, é o personagem Uni do Livro Dungeons and Dragons, popularmente conhecido no Brasil como Caverna do Dragão, e também pelo desenho exibido pela Globo. Uni era um filhote de unicórnio carinhosamente adoptada por Bob, e acompanhava-o sempre nas jornadas. Os unicórnios também são citados em outro episódio, intitulado " O Vale dos Unicórnios", onde o terrível Mago Kelek, engana os garotos para roubar chifres de unicórnio, inclusive o de Uni, almejando seus poderes, e para surpresa quem acaba os ajudando é o próprio Vingador.
Uni

Voltando ao mundo real, sim, porque minha cabeça viaja, mas meus pés continuam no chão, existe na natureza um mamífero semelhante a esse ser que se chama Narval, ou Monodon Monoceros, como é chamado cientificamente. Bem, quando digo semelhante, quero dizer em relação ao "chifre", inclusive muitos exemplares apresentados como relíquias de Unicórnio, não eram chifres, mas "rostros" de Narval. Trata-se de uma espécie marinha que demorou a ser descoberta, por habitar as águas mais profundas e frias do Àrtico. O rostro do Narval é um incisivo superior esquerdo transformado, ou seja é um dente! Ele cresce nos machos, e pode medir 2,6 de comprimento, bem..digamos que ele é um tanto dentuço. Não se tem ao certo que função teria esse dente gigantesco, acredita-se que seja uma "arma" usada na competição para atrair fêmeas.

Narval

Recentemente, foi divulgado o nascimento de um corça com um único chifre na cidade italiana de Prato, na Toscana. O animal já tem um ano de idade, e foi criado em cativeiro. Essa espécie obviamente, tem por natureza um par de chifres, sendo atribuído uma falha genética a esse caso. O curioso é que o Unicórnio, como vem sendo chamado, tem um irmão gêmeo com um par de chifres. Você pode conferir a matéria completa no site do Folha online.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u411276.shtml


Corça

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Os Dragões!



Dentre os tantos seres mitológicos existentes, gostaria de começar falando de um dos mais temidos e espetaculares: os Dragões.
Basicamente, a palavra Dragão, surgiu do grego drakôn, que significa serpentes gigantes, ou grandes serpentes. Estes seres podem ser encontrados em diversas histórias, de diferentes culturas, tendo nelas diferentes papéis, desde feras destruidoras, a seres sobrenaturais.
A imagem dos dragões é variada entre as culturas que a relatam, e a mais conhecida tem origem nas lendas européias, onde são apresentados como animais gigantes, semelhantes aos répteis, com asas e que cospem fogo.



Não há nada de concreto a respeito do que levou o surgimento desse mito, suspeita-se que os povos antigos, ao observar fósseis de baleias, dinossauros e outras espécies, tenham acreditado se tratar de ossos de dragões.

Entre os tantos relatos a respeito dessa espécie, na maioria deles a figura do dragão é caótica, mas há também os que auxiliam os magos, guardam maravilhosos tesouros, belas princesas e, bem, confesso que esses me parecem muito mais atrativos. E ainda assim, se levarmos em conta a possibilidade de voar, então passariam de ferozes a belas criaturas aladas.
Apesar da aparente impossibilidade, é curioso pensar que esses seres aparecem em relatos de tantas civilizações distantes, de um continente a outro, como na Europa, na China antiga, no Egito e tantos outros.
Mito ou não, as histórias de dragões circulam pelo mundo.



Não tão magníficos quanto os dragões da mitologia, existem sim dragões verdadeiros!
Para nossa sorte ou azar, os mesmos não cospem fogo, não tem asas, nem são gigantescos. O mais conhecido é o Dragão-de-Komodo, que leva esse nome por ter sido encontrado na Ilha de Komodo, na Indonésia. Ele pode chegar ao tamanho de um crocodilo, e já existia antes mesmo do surgimento do Homem na terra. E se não bastasse, ainda possui uma bactéria letal em sua boca que leva a morte em alguns dias.
Segue abaixo algumas imagens dos dragões mais conhecidos.



Dragão-de-Komodo
Dragão-de-Komodo


Tiamat-Dungeons and Dragons
Tiamat-Dungeons and Dragons


Shen Long
Shen Long


Draco-Coração de Dragão
Draco-Coração de dragão


Dragão Chinês
Dragão Chines

Origem do Mito


Mito quer dizer conto. Todos os povos sempre produziram seus contos, suas lendas, seus personagens extraordinários. Na Grécia antiga ou nos sertões do Nordeste, o mito é uma presença constante e viva na mentalidade do povo simples, que povoa o seu mundo com ídolos benfazejos e malfazejos, criações fantásticas de sua imaginação exuberante. No tempo de Homero (século VII, A.C.), mito designava um discurso genérico acerca das coisas e somente mais tarde essa palavra passou a significar um "conto sobre a divindade", uma história que envolvia o céu e a terra, os seres celestes e os mortais.

A origem do mito perde-se na penumbra da pré-história, mas podemos fazê-la coincidir, ao menos virtualmente, com o acontecimento chave, que demarcou inexoravelmente o surgimento da espécie humana, um acontecimento de extraordinária importância no longo caminho da evolução do homem, que foi o despertar da consciência, do pensamento reflexo. Até então aterrorizado e subjugado pelas forças da natureza, o homem começa a compreender que o raio incendiário, a tormenta voraz, o mar tempestuoso ou o sol que escurece no meio do céu não são fenômenos casuais e aleatórios, mas têm alguma causa, obedecem a uma lei misteriosa, a alguma autoridade poderosa da qual depende a vida de tudo e de todos: Não sabendo determinar com clareza qual seria esta causa, o homem passa a atribuí-la ao numinoso, ao excelso, ao destino, ao senhor da terra, ao espírito cósmico, não importa qual seja a denominação ou a personificação que estas forças passem a ter, elas funcionam como explicação e como origem para tudo o que ocorre.

A explicação advinda do mito é, geralmente, absurda, irracional, até contraditória. Mas isto é o que menos importa. O que interessa não é aquilo que está sendo afirmado, mas o fato de que, por trás desta afirmação, há um esforço de correlacionar um efeito a uma causa, de descobrir um nexo entre as coisas e a sua origem mais profunda. A partir de então, começa a lenta vitória da inteligência sobre o medo milenar da escuridão, da morte: o caos, o cego aglomerado da matéria primordial, anima-se, cria vida e toma forma, torna-se um cosmos, isto é, um universo organizado, onde cada força cósmica recebe um nome e uma função.


Na fantasia primitiva, os seres mitológicos ocupavam todo o espaço do pensamento, abrangendo todos os fenômenos e conferindo brilho às inteligências de então. Na Grécia antiga, por exemplo, Urano é o céu ("aquilo que está em cima") e Gaia ou Géia, a terra ("o que está embaixo); Eros é o amor, "o palpitar que distende o corpo". Urano une-se a Gaia e dessa união nasce Cronos, o tempo. Une-se novamente à terra e ao mar e povoa o universo com seres os mais diversos. Cronos, num ato de rebeldia, castra o pai (Urano), extinguindo sua fecundidade, e com isto torna-se o senhor do universo, a quem impõe sua vontade , em forma de dias, horas, anos, séculos.

A criação deste mundo fantástico tem ainda outra vantagem: agora o homem não está mais sozinho. Ele sabe que em cada fenômeno da natureza se escondem as presenças sobre-humanas; aprende a reconhecê-las e a chamá-las pelo nome e oferece sacrifícios e preces em sua homenagem para merecer proteção. O universo fica mais rico e o homem se sente mais seguro. Nascem aí os primeiros templos, os primeiros altares, nasce o culto do sagrado.

Moldados pela visão antropomórfica, os seres mitológicos, embora superiores aos homens, têm também os mesmos vícios e virtudes. O seu local de morada foi indicado no monte Olimpo, um pico da Tessália, cercado de brancas nuvens e bafejado por tépidas aragens, de onde se pode manter controle sobre a região toda em derredor. Contudo, os deuses eram também influenciados pelos hábitos dos humanos e muitas vezes preferiam a terra ao céu e o amor dos mortais ao dos imortais. Nascem, então, os bastardos, meio deuses e meio homens, os semideuses que, colocados pelo Destino, entre o céu e a terra, participam igualmente de prerrogativas divinas e limitações humanas. O Olimpo torna-se pequeno para acolher a enorme proliferação de deuses, cada um gerador de forças que governam cada ato da vida. E daí muitos deuses se transferem para a terra e passam a morar entre seus adoradores. Este é um outro momento de grande importância para a evolução da consciência humana, a percepção da proximidade entre o céu e a terra, quando o homem compreende que seu corpo mortal pode acolher e conservar em si a imortalidade, própria dos deuses.

Este mundo misterioso tem um guia, um intérprete, um responsável: o sacerdote. Em geral, é aquele indivíduo mais perspicaz, que é capaz de perceber mais além dos outros e descobrir a chave deste universo fantástico. Ele compreende a metáfora do poder divino e enxerga para além dela as forças naturais que governam os fenômenos Ele se destaca entre os seus semelhantes por ser capaz de alcançar aquilo que os outros ignoram ou temem e deste modo fica fácil para ele impor-se ao grupo, criando uma sólida liderança. Ele se torna o intérprete da tribo, aquele que tem, por intrepidez ou por ousadia, o poder de interferir nos poderes divinos e comandar as forças invisíveis que governam tudo, e que se manifestam por sua atuação. Esta 'ciência secreta’ dos sacerdotes é um grande segredo que somente uns poucos terão o privilégio de conhecer, ou seja, o sacerdote as cerca de todos os cuidados para preservar a sua dignidade, seja morando em casas separadas dos outros, seja usando vestes diferentes ou fazendo uso de drogas miraculosas. O papel exercido pelo sacerdote primitivo foi uma espécie de antecipação do poder que a ciência exerce atualmente sobre a sociedade, e que era então exercido em nome da religião. A ciência secreta tornou-se a ciência natural e a casta sacerdotal converteu-se na classe cientifica.

(Texto O HOMEM E O MITO - A alvorada do pensamento discursivo de Antonio Carlos Machado)

Em poucas palavras, Mito pode ser uma crença,uma maneira de explicar certos fenômenos e, ou ,acontecimentos,que podem agregar seres superiores ou sobrenaturais, os chamados seres mitológicos,ou ainda, relatos de civilizações antigas, que organizados dentro de uma cultura, constituem uma Mitologia. Temos como exemplo a mitologia Grega e suas divindades, seres folclóricos, literários, entre muitos outros.


Citação de Fernando Pessoa:

"O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo."


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Fantasia



Mas...o que é real para mim, é mito para você?
Sigo do ponto de que cada um de nós tem uma percepção diferente de enxergar as coisas, absorvê-las e, mesmo interpretá-las. Seja ouvindo uma música, observando uma obra de arte ou na leitura de um livro, teríamos várias opniões, pontos destacados por uns, esquecidos por outros, críticas, elogios, enfim, interpretações diversas. Há também a questão de preferências, gostos, interesses, que também são divergentes. O ponto que gostaria de destacar, e que será também um dos temas desse Blog, é a fantasia. Sim, pode parecer meio bobo para alguns, talvez fascinante para outros, mas é claro... pensamos diferente!
Afinal, por que temos que ser tão racionais?
O que nos impede de sonhar, de criar, e imaginar?



O mundo em que vivemos tem se tornado cada vez mais imundo e violento, e confesso que ás vezes gostaria que toda fantasia se tornasse realidade, mas isso não significa que eu não tenha os pés no chão.
Não há nada como abrir um livro, e mergulhar em um mar de fantasia, viajar por terras distantes, conhecer seres mágicos, com poderes extraordinários. Esse mundo paralelo e imaginário nos faz sonhar, seja nos contos de fada durante a infancia, ou mesmo hoje nas batalhas entre seres do espaço e suas incriveis naves espaciais. E tudo o que precisamos é imaginar.
Não somos limitados a esse mundo, e a nossa criatividade e imaginação nos permitem isso.

Como diria Gabriel o pensador, parceria com Lulu Santos, em mais uma de suas músicas geniais:






"Eu vou pro mundo da lua

Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu..."




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